TRADUÇÕES - DOENÇA DE PARKINSON

Este blog destina-se a textos traduzidos sobre DP e integra o site (conjunto de blogs) Doença de Parkinson.

quinta-feira, novembro 06, 2008






2a.


3a.





ÍNTEGRA DO DISCURSO DE
VITÓRIA DE BARACK OBAMA

"Presidente eleito discursou por volta das 23h locais, 3h em Brasília.
Ele falou para mais de 100 mil pessoas no Grant Park de Chicago.
Leia o discurso completo do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, pronunciado diante de mais de 100 mil pessoas no Grant Park de Chicago (Illinois) por volta das 23h locais (3h, horário de Brasília):

"Olá, Chicago!
Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.
Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis.

Somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA.

Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.
O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.
Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.

Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.

Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.

Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.

A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos Estados Unidos da América.
A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho.
À melhor equipe de campanha formada na história da política. Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir.

Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.
Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.
Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.
Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.
Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um Governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês.

Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.
Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.
Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.
Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.

O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos.

Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.
Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.
Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.
Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.
Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.
Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.
Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.
Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.
E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.

E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.
Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.
Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.
Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.
Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.
Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.
Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.
O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação.
E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar.
Podemos.
EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer. Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?
Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.
Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.
E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.
Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América".

Fonte: From: ionemontibeller@hotmail.com
To: inamachadocampos@hotmail.com
Subject: DIANTE DE UM VERDADEIRO ESTADISTA!!!!
Date: Wed, 5 Nov 2008 17:32:07 -0200
FW To: marciliosegundo@hotmail.com

quinta-feira, abril 17, 2008

AGONISTAS X LEVODOPA

Center for the Advancement of Health. "Parkinson's Drugs Tradeoff: Better Muscle Control, Worse Side Effects, Review Shows." ScienceDaily 15 April 2008. 16 April 2008 .

FONTE: http://www.hbns.org/getDocument.cfm?documentID=1694

Release Date:April 15, 2008, 7:01 PM US Eastern time
Parkinson’s Drugs Tradeoff: Better Muscle Control, Worse Side Effects
By Becky Ham, Science Writer
Health Behavior News Service
________________________________________

Comparados aos antigos medicamentos para doença de Parkinson, uma nova classe de drogas denominadas agonistas dopaminérgicos podem ser melhor para prevenir alguns dos problemas incapacitantes do controle muscular associados à doença e seu tratamento, conclui uma nova revisão de estudos recentes.


Contudo, pacientes que tomam agonistas acusam aumento de numerosos efeitos colaterais - de sonolência, a náuseas e alucinações, em alguns casos - e são mais propensos a abandonar o tratamento do que as pessoas que seguem o tratamento mais antigo com levodopa ou sem droga nenhuma.

"Os doentes em tratamento com agonistas dopaminérgicos mostraram-se duas vezes mais propensos a abandonar o tratamento, levando a crer que os efeitos colaterais eram graves o suficiente para ter um impacto significativo sobre a qualidade de vida dos mesmos, sobrepondo-se aos problemas de controle muscular", disse Rebecca Stowe, da Universidade de Birmingham, a principal coordenaddora da revisão.


A revisão dos estudos aparece na última edição da The Cochrane Library, uma publicação da The Cochrane Collaboration, organização internacional que avalia a pesquisa médica. Revisões sistemáticas como esta verificam as conclusões baseadas em evidências sobre a prática médica após considerar tanto o conteúdo com a qualidade dos experimentos médicos existentes sobre um tópico.

A doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa do sistema nervoso que pode causar distúrbios dos movimentos e da fala de uma pessoa. Os agonistas da dopamina, drogas que estimulam no cérebro a produção da dopamina, importante neurotransmissor, são usados cada vez mais como terapias “first-line” para a doença.


A levodopa, uma droga há muito conhecida que metabolizada pelo cérebro pode produzir dopamina, é também usada largamente no tratamento de Parkinson. Entretanto, pacientes que a usam muito tempo podem desenvolver quadros dolorosos de espasmos musculares involuntários, torções e movimentos repetitivos.

Stowe e colegas revisaram 29 estudos que abrangeram 5.247 pacientes em estágio inicial da doença de Parkinson e que não apresentavam qualquer sinal significativo de problemas musculares e do movimento. Alguns desses estudos comparavam os agonistas da dopamina somente com a levodopa, enquando outros usavam uma combinação de agonistas e levodopa.

Não havia diferença significativa nas taxas de mortalidade entre pacientes que usavam os agonistas da dopamina e aqueles que não faziam uso dessas drogas, observaram os pesquisadores.

"O mais importante, a revisão destacou que a relação riscos versus benefícios dos agonistas da dopamina permanece obscura" disse Stowe, que opinou pela realização de estudos adicionais englobando qualidade de vida dos pacientes e custos econômicos dos tratamentos.

Os pesquisadores estão rastreando um outro efeito incômodo dos agonistas da dopamina - sua ligação potencial com comportamentos compulsivos tais como vicio em jogos de azar e hipersexualidade. O Dr. Joseph Jankovic, um especialista em doença de Parkinson e distúrbios motores, do Baylor College of Medicine, afirma que os agonistas dopaminérgicos "jogam um papel importante no desencadeamento desses sintomas não motores" que aparecem em alguns pacientes com doença de Parkinson, particularmente em homens e entre homens adultos que desenvolvem a doença ainda jovens.


A Cochrane review revela que o co-auor Carl E. Clarke, da University of Birmingham, recebeu ajuda dos fabricantes de algumas drogas discutidas na revisão.

# # #

FOR MORE INFORMATION

Health Behavior News Service: (202) 387-2829 or www.hbns.org.


Stowe RL, et al. Dopamine agonist therapy in early Parkinson disease. The Cochrane Database of Systematic Reviews 2008, Issue 2.

The Cochrane Collaboration is an international nonprofit, independent organization that produces and disseminates systematic reviews of health care interventions and promotes the search for evidence in the form of clinical trials and other studies of interventions. Visit http://www.cochrane.org for more information.
FOR MORE INFORMATION:
Health Behavior News Service: (202) 387-2829 or www.hbns.org.
Center for the Advancement of Health
Health Behavior News Service
Contact: Lisa Esposito, Editor
202.387.2829
hbns-editor@cfah.org

FONTE:
Center for the Advancement of Health

Tradução: Marcilio Dias dos Santos, com ajuda do Babel Fish da Altavista

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Technion
הטכניון
PRESS
RELEASE

Technion – Israel Institute of Technology, Technion City, Haifa 32000,
Tel: 04-8235193, Fax: 04-8235195

Realidade virtual ajuda pessoas com distúrbios do movimento a andar

Um dispositivo inovador, desenvolvido pelo prof. Yoram Baram, da Technion Faculty of Computer Science, de Israel, usa a realidade virtual para melhorar a marcha nas pessoas idosas, bem como em pacientes com Parkinson, derrame cerebral e, de uma forma geral, em pessoas com distúrbios do movimento - possivelmente reduzindo sua necessidade de medicação ou de cirurgia.


O aparelho - um pequeno dispositivo preso ao vestuário do paciente – mostra um piso quadriculado através de um dispositivo minúsculo colado aos óculos do paciente. A presença continua de padrões quadriculados estabiliza a informação visual protegendo o usuário de tropeços e quedas ao caminhar. A inovação patenteada é a primeira de seu tipo a responder aos movimentos do paciente fornecendo uma exposição visual constante.


"A imagem reage aos movimentos do paciente exatamente como na vida real," explica Baram. "Por exemplo, quando o paciente está parado, o assoalho virtual não se move, mas quando começa a andar, o piso começa mover-se abaixo dele. Quando ele se vira, a imagem do assoalho vira também. O paciente sente como se estivesse andando normalmente numa superfície."

A idéia do projeto surgiu há 12 anos quando Baram projetava para a NASA um mecanismo de navegação de helicópteros, em vôo baixo em torno dos obstáculos tais como árvores, edifícios e postes elétricos. O conceito desse projeto, que Baram aplicou mais tarde ao dispositivo médico, é que as imagens óticas dos objetos ajudam o observador a se estabilizar no espaço.


"Uma pessoa que caminha usando imagens visuais para orientar-se não esbarra”, diz Baram, que graduou-se em engenharia aeronáutica na Technion, fez o mestrado em aeronáutica e astronáutica no MIT e o um PhD em engenharia elétrica e ciência da computação no MIT. "Enquanto uma pessoa saudável tem mecanismos internos que a ajudam a se equilibrar, tais como o líquido no interior do ouvido, as pessoas mais velhos tem deficiência nessa área. Mas podem ser ajudadas por sugestões visuais, tais como os ladrilhos, que funcionam através do biofeedback."


Em colaboração com o Dr. Judith Aharon Peretz, chefe do Departamento de Neurologia Cognitiva do Rambam Hospital, Baram testou o dispositivo em mais de 40 pacientes, variando de 46 a 82 anos de idade. Na primeira fase do estudo, todos os participantes tinham Parkinson, mas o estudo incluiu também outras pessoas, como pacientes que tinham sofrido derrames e idosas que viviam em asilos em Haifa.


Os resultados foram surpreendentes, diz Baram, com todos os pacientes mostrando algum grau de melhora na sua marcha. Alguns experimentaram melhoria drástica similar aos efeitos da medicação ou da cirurgia do cérebro, mas sem os efeitos colaterais adversos.

Os testes clínicos mostraram que o dispositivo também pode trazer benefícios a longo prazo. Após ter usado o aparelho menos de 30 minutos, a maioria de pacientes podiam andar melhor, por um período curto de tempo, mesmo depois da retirada do dispositivo.


"Quando vi estes resultados positivos fiquei espantado, muito excitado e gratificado," lembra Baram. "Depois que publiquei um artigo no ano passado sobre o assunto, os médicos duvidaram que a coisa funcionasse. Naturalmente eu tinha também minhas dúvidas. Era uma teoria que necessitava ser comprovada, e tivemos sucesso nisso."

Fonte: Technion

Tradução: Marcilio Dias dos Santos, com o auxílio do Babel Fish da Altavista.

domingo, novembro 11, 2007

ASSUNTO
PARKINSON: DBS E IMPULSIVIDADE


El marcapasos cerebral altera la capacidad de tomar decisiones en los pacientes de Parkinson
O marcapasso cerebral altera a capacidade do pacientes com Parkinson tomar decisões

Provoca una impulsividad que les lleva a actuar de forma acelerada en la toma de decisiones debido a que se altera la capacidad normal de la persona para reflexionar cuando se enfrenta con un conflicto

Provoca uma impulsividade que os leva a atuar de forma apressada na tomada de decisões devido a alterações da capacidade normal da pessoa refletir quando enfrenta um conflito.

Redacción, Madrid (4-11-2007).-

Redação, Madrid (4-11-2007)

El marcapasos cerebral altera la capacidad de los pacientes de Parkinson para tomar decisiones, según un estudio de la Universidad de Washington en Seattle (Estados Unidos) que se publica en Science Express, la edición digital de la revista Science.

O marcapasso cerebral altera a capacidade do paciente com Parkinson de tomar decisões, segundo um estudo da Universidade de Washington em Seattle (Estados Unidos) publicado por Science Express, a edição digital da revista Science.

Estos experimentos verificaron las predicciones que los investigadores habían realizado con un modelo computacional de aprendizaje y toma de decisiones. El Parkinson es un trastorno del sistema nervioso central en el que se ven dañadas las habilidades motoras y del discurso, además de causar temblores físicos.

Esta pesquisa examinou as predições feitas com um modelo computacional de aprendizagem e tomada de decisão. O Parkinson é um transtorno do sistema nervoso central no qual há prejuízo das habilidades motoras e do discurso, além de causar tremores físicos.

Uno de los tratamientos para la enfermedad es la implantación quirúrgica de un marcapasos cerebral para la estimulación cerebral profunda de los núcleos subtalámicos, que residen en uno de los centros cerebrales del aprendizaje y la toma de decisiones, los ganglios basales. El dispositivo proporciona estimulación para disminuir los temblores físicos. Como terapia alternativa se utiliza el fármaco L-Dopa.

Uma das formas de tratar essa doença é a implantação cirúrgica de um marca-passo para a estimulação dos núcleos subtalâmicos, localizados em um dos centros cerebrais da aprendizagem e da tomada de decisão, os gânglios basais. O dispositivo possibilita estimulação para diminuir os tremores físicos. Como terapia alternativa se utiliza a droga L-Dopa.

Los investigadores, dirigidos por Michael J. Frank, utilizaron tareas de toma de decisiones mediante ordenadores en grupos de pacientes tratados con el marcapasos cerebral, encendido o apagado, otros que tomaban L-Dopa y sujetos control. Los que tenían activado el marcapasos en el cerebro respondían a las cuestiones que suponían decisiones difíciles más rápido que cuando tenían que decidir cuestiones simples.

Os pesquisadores, sob a coordenação de Michael J. Frank, com a ajuda de computadores, atribuiram tarefas de tomada de decisão a pacientes tratados com o marca-passo cerebral, ligado e desligado, e a outros que tomavam L-Dopa mantidos sob controle. Aqueles que tinham o marca-passo ativado no cérebro respondiam às questões supostamente difíceis mais rápido que quando tinham que decidir questões simples.

La situación contraria se producía cuando el dispositivo se encontraba apagado y los pacientes respondían como los sujetos control. Cuando la mismas pruebas se administraban a los pacientes de Parkinson que tomaban L-Dopa, éstos se mostraban más lentos al tener que tomar decisiones difíciles, como sucedía con lo sujetos control.

O contrario ocorria quando o dispositivo era desligado e então os pacientes respondiam como os indivíduos sob controle. Quando os mesmos testes eram aplicados aos pacientes com Parkinson que tomavam L-Dopa, estes se mostravam mais lentos ao ter que tomar decisões difíceis, como sucedia com os indivíduos sob controle.

Sin embargo, los investigadores también descubrieron que los pacientes que tomaban la medicación tenían problemas de aprendizaje a través de la comparación entre los resultados positivos y los negativos en las pruebas.

Além disso, os pesquisadores também descobriram que os pacientes que tomavam a medicação tinham problemas de aprendizagem, comparando-se os resultados positivos com os negativos dos testes.

Fonte:

AZPRENSA.COM
http://www.azprensa.com/noticias_ext.php?idreg=32820&AZPRENSA=a9b6440a448ba96923e2c4fb0b9f346e


Artigo original:


Published Online October 25, 2007Science DOI: 10.1126/science.1146157
http://www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/1146157
Submitted on June 6, 2007Accepted on October 15, 2007
Hold Your Horses: Impulsivity, Deep Brain Stimulation, and Medication in Parkinsonism

Segure suas rédeas: Impulsividade, Estimulação Cerebral Profunda, e Medicação no Parkinsonismo

Michael J. Frank 1*, Johan Samanta 2, Ahmed A. Moustafa 1, Scott J. Sherman 3
1 Department of Psychology and Program in Neuroscience, University of Arizona, Tucson, AZ 85721, USA. 2 Banner Good Samaritan Medical Center, Phoenix, AZ, USA. ; Department of Neurology, University of Arizona, Tucson, AZ, USA.3 Department of Neurology, University of Arizona, Tucson, AZ, USA.
* To whom correspondence should be addressed.Michael J. Frank , E-mail: mfrank@u.arizona.edu
'//-->

Deep brain stimulation (DBS) of the subthalamic nucleus dramatically improves the motor symptoms of Parkinson’s disease, but causes cognitive side effects such as impulsivity.

A estimulação cerebral profunda (DBS - Deep brain stimulation) do núcleo subtalâmico melhora dramaticamente os sintomas motores da doença de Parkinson, mas provoca efeitos secundários cognitivos, tais como impulsividade.

Here we show that DBS selectively interferes with the normal ability to slow down when faced with decision conflict. While on DBS, patients actually sped up under high conflict conditions. This form of impulsivity was not affected by dopaminergic medication status.

Demonstramos aqui que a DBS interfere seletivamente na capacidade normal de manter a calma diante de uma decisão conflitiva. Sob os efeitos do DBS, os pacientes realmente tendem a acelerar as condições de conflito. Esta forma de impulsividade não é afetada pela presença ou não da medicação dopaminérgica.

Instead, medication impaired patients’ ability to learn from negative decision outcomes. These findings implicate independent mechanisms leading to impulsivity in treated Parkinson’s patients, and were predicted by a single neurocomputational model of the basal ganglia.

Por outro lado, a medicação parece prejudicar à capacidade dos pacientes de aprender com os resultados negativos da decisão. Estes descobertas implicam na existência de mecanismos independentes conduzindo a impulsividade em pacientes parkinsonianos sob tratamento, e foi prevista por um modelo neurocomputational dos gânglios basais.

Fonte: Science
http://www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/1146157

domingo, agosto 12, 2007




"José Luis Parodi
O gesto de um covarde:
Primeiro movimento

It´s only rock´n´roll but I like it

A sociedade de controle atual e a explícita urgência urbana oferecem entre suas vítimas, absolutamente pelo mundo todo, tanto físico como virtual, indivíduos das mais diferentes comunidades. Há os de sentimentos e emoções frágeis e intensos, desassistidos, não treinados, bloqueados, contidos ou condicionados, entre tantas outras possibilidades que o passado e a contemporaneidade exibem, induzem e promovem.

Esta peculiaridade já é lugar comum, oculto por um presente de gôndolas, vitrines, monitores e todos os produtos gerados na indústria, o entretenimento, a informação, o espírito e o pensamento. Tudo para satisfazer o consumidor, dentro de uma concepção de homem, plástico e maleável, que consome, silencia e evita os defeitos. Basicamente um covarde. Na verdade, nada que nos cause espanto.

A arte tampouco escapa disso, e faz décadas que esta inquietude foi revelada por figuras de destaque internacional e, por certo, também local. Entretanto, apesar das condições colocadas, aqueles que buscam a prática constante da livre expressão de seu interior, podem talvez lograr por momentos a ilusão de certa redenção.

Um pequeno roteiro de grande parte de tudo aquilo que serviu de guia, estímulo ou motivação para o desenvolvimento da obra de Parodi permite observar e constatar a presença de uma linha muito sólida demarcando um claro interesse expressivo em prol de uma emotividade oblíqua, tangencial, e um jeito próprio de lidar com as cores, atados à afabilidade e ao lado conflituoso de seus personagens.

Seria anacrônico, no meu entender, descrever o que eles expressam, pois esta instância apresenta-se hoje como singular e intransferível, onde cada observador estabelece sua horizontalidade, profundidade e hierarquia de vinculação. No autor, este vínculo é a busca subseqüente e o êxito de cada obra depende, além de forma, do grau alcançado em cada prática realizada. A arte, neste caso a pintura, é uma necessidade de ordem existencial para quem a realiza. Não é de estranhar portanto a orientação de profundamente individualista da obra de Parodi e um certo desenraizamento local.

Em que pese ser escasso ou nulo o interesse do artista em adotar práticas contemporâneas, sua obra consegue transitar por alguns fenômenos reconhecidos do cenário artístico internacional da atualidade.

Finalmente, a seleção de obras exibida em Marte Upmarket condensa em três instantâneos a cartografia e a orientação emocional e pictórica que apresenta grande parte de suas inquietudes e produção.

Diego Focaccio"
Exposición Colectiva (21 de julio hasta 15 de agosto de 2007) - Galeria Marte Upmarket - Calle Colón, 1468
Montevideo, Uruguai

(Vitrine principal)


Fonte: folheto distribuído pela Galeria Martes Upmarket na abertura da exposição.
Tradução e links: Marcílio Dias dos Santos.

quinta-feira, julho 19, 2007

JORNALISTA DA TV – ESPOSA ABRE GUERRA CONTRA O PARKINSON

Susan Page
Washington Bureau Chief

WASHINGTON – Hoje só Morton Kondracke pode compreender a fala débil de sua frágil esposa, inclinando-se de rosto colado para escutá-la, enquanto ela se esforça para explicar a doença de Parkinson que tem emudecido sua voz e logo pode tomar-lhe a vida.

Como ela descreveria seu casamento de 33 anos?

"Excitante," Milly Kondracke sussurra e seu marido repete a resposta alto. "Apaixonante", ela fala tudo, embora não se ouça o que diz. Ele ri com prazer.

"Amigos."

Como acontecia com a maioria dos casais de seu tempo, Mort Kondracke era o único a aparecer: como colunista chefe de jornal, chefe do escritório de Washington, editor de revista e comentarista de tevê - um dos mais originais debatedores do badalado Grupo McLaughlin e agora co-apresentador do programa TV's Beltway Boys, da Fox TV.
Cobria a área política e entrevistou presidentes. Ela trabalhava como psicoterapêuta e carregava o fardo de orientar suas duas filhas, agora crescidas, enquanto ele se concentrava em sua carreira.
Mas suas vidas foram transformadas e seus papéis de certa forma se inverteram a partir do momento em que ela percebeu, em 1987, a dificuldade para escrever a letra "K" no cheque para pagar a faculdade de sua filha Andrea.
Desde então - após o processo de chegar ao diagnóstico de Parkinson e aceitá-lo - Mort e Milly Kondracke tornaram-se soldados na guerra política contra a doença. A batalha por apoio e recursos lança às vezes uma doença contra a outra, com discussões sobre quem está pior e cálculos mostrando as disparidades na alocação das verbas federais em pesquisa por paciente.
Uma vez lançada, a política de combate a uma doença requer o mesmo tipo de construção de alianças e de lobby que a construção de auto-estradas, garantem os especialistas. E ter uma celebridade que personifique a causa pode fazer toda a diferença
O significado da revelação feita em 1998 pelo ator Michael J. Fox de que havia sido diagnosticado como portador de Parkinson pode ter sido uma notícia trágica para ele mas para os que lutavam pela cura representou um raio de esperança. Este distúrbio neurológico degenerativo afeta aproximadamente um milhão americanos na meia idade ou mais velhos. Causa tremores incontroláveis e rigidez muscular. Os sintomas podem ser tratados por algumas drogas ou por cirurgia, mas não há cura.
"Muhammad Ali tem Parkinson, e tem feito muito, mas não pode falar," afirma Mort Kondracke. Outros nomes importantes como o papa João Paulo II e a Procuradora Geral Janet Reno, do governo Clinton entre tantos, não atuavam em campanhas para obter fundos. "Parkinson tem falta de celebridade," afirma Kondracke. "No momento que eu soube que o Michael J. Fox anunciou que tinha Parkinson, falei: Ah, é ele."

TORNANDO-SE UM ATIVISTA

Os garotos bons e sérios interpretados por Fox transformaram-no em personagem central dos filmes "Back to the Future" ("De volta para o futuro") e das séries de tevê "Spin City and Family Ties". Antes do jantar anual da Parkinson's Action Network, na semana passada, ele se parecia como nos papéis que desempenhava, cumprimentando Milly calorosamente e felicitando Mort por seu livro "Saving Milly: Love, Politics, and Parkinson's Disease" (Salvando Milly: Amor, política, e doença de Parkinson), que será lançado sexta-feira.

"Você não é o único que pode escrever um livro," brincou Fox, cujo livro será publicado em janeiro. "Faculdade. Jornalista," disse, apontando para Kondracke. "Bum," encenou, apontando para si mesmo e sorrindo. Sua esposa, a atriz Tracy Pollan, acompanhou-o na risada.
Mais tarde, durante o jantar, Fox brincou com o chefe de cerimônias, o correspondente da ABC Sam Donaldson, que ostentava um traje de gala, por confundi-lo com o garçon. "Sam, desculpe-me", disse Fox, ao microfone, explicando ao público, "eu fiz confusão e estava pedindo-lhe um drink"
Mas a marca que o Parkinson deixa no corpo de Fox, mesmo com seu bom humor, era inconfundível. Ele enfiava as mãos nos bolsos mas o tremor agitava seu braço esquerdo e o pé direito balançava num outro ritmo.

Fox é um herói para muitos na comunidade parkinsoniana por ter abraçado a causa, depondo perante o congresso americano e criando a Fundação Michael J. Fox para pesquisar a doença.

Para Kondracke, a decisão de tornar-se um ativista trouxe-lhe uma angústia considerável. Os amigos dizem que ele era muito preocupado com o que seria correto um jornalista fazer em prol de uma causa, mesmo louvável.

Por fim, começou a pedir por mais financiamento para a pesquisa médica em sua influente coluna no jornal "Capitol Hill". Agendou reuniões com membros do congresso para Milly e Joan Samuelson, fundador da Parkinson's Action Network. Tinha sempre a mão uma lista que mostrava que os institutos nacionais da saúde naquele tempo gastavam em média mil dólares ($1.000) ao ano em pesquisa por pessoa com HIV/AIDS, $260 por paciente com cancer, $54 por pessoa com doença de Alzheimer e $26 per capita com o Parkinson.

Ele liderou a campanha "America's Campaign for Medical Breakthroughs" ("Descobertas médicas da América"), um grupo que apoiava dobrar os recursos dos institutos nacionais da saúde para incrementar as pesquisas sobre muitas doenças. Mas seu lobby direto terminou quando o comitê de jornalistas do senado o advertiu que perderia suas credenciais se continuasse.
Com presidentes, destoando de suas características, não se articulou.
Em 1993, ele e Milly aceitaram um convite para a festa de Natal da imprensa na Casa Branca visando angariar mais fundos, ocasião em que cumprimentaram na fila de recepção com um aperto de mão o presidente Clinton e Hillary Rodham Clinton. Milly lembra ter dito: "Sr. Presidente, eu quero que saiba que tenho a doença de Parkinson, e espero que o senhor aumente os recursos para a pesquisa."

Quando chegou sua vez, entretanto, Milly se atrapalhou e olhou para Mort pedindo ajuda. Ele soprou "aumente a pesquisa do cérebro!" Mas o momento propício havia passado.

Durante a campanha do ano passado, Kondracke aproximou-se do candidato George W. Bush em New Hampshire. "Posso falar-lhe de minha causa favorita?" Kondracke perguntou. "Claro," disse Bush. Kondracke disse, "dobre o orçamento do NIH" (Institutos de Saúde). Bush respondeu, "Sou favorável." Tentando reforçar a causa do Parkinson, Kondracke acrescentou, "Pense no cérebro!" Bush olhou sem entender. "Cancer do cérebro?" perguntou. "Não, Não," Kondracke respondeu rapidamente. "doenças neurológicas."

UMA HISTÓRIA DE AMOR
Kondracke, 62, afirma que escreveu seu livro como uma história do amor. "Eu quis contar ao mundo sobre Milly," afirma ele "Milly transformou minha vida." Encontraram-se por acaso, sem maiores compromissos. Ela queria casar-se. Ele estava relutante.

Para ele, ela lhe parecia um tanto exótica: metade filha de mexicanos, metade de judeus, ambos comunistas. Sua mãe sofreu um colapso nervoso e a abandonou quando Milly tinha 3 anos. Seu pai, um líder sindical, sofreu um derrame quando ela tinha 8 anos, foi deportado para o México quando tinha 10 e morreu alguns dias mais tarde de um ataque cardíaco. Milly e sua irmã foram acolhidas por uma família amiga em Chicago, uma ativista da comunidade mexicana com as seis crianças.

"Eu pensava que se quisesse galgar o escritório de Washington do The New York Times, teria que casar com a neta ou a filha de alguém do Tribunal Superior de Justiça, ou pelo menos alguém importante" lembra Kondracke, na época um repórter do Chicago Sun-Times. "No fim eu estava louco de amor por ela, mas não podia desposá-la porque não se encaixava no estúpido projeto de vida que tinha previsto para mim mesmo."

Finalmente, diz, conclui que não poderia viver sem ela.

Desde então, tiveram uma união estreita mas tumultuada. Lutariam com o costume dela de convidar amigos e parentes, que às vezes permaneceriam por meses e até anos na casa deles; Ele queria paz e tranqüilidade. Ela era mão aberta; Ele queria poupar.
Eles criaram duas filhas: Alexandra, 31, produtora de filmes em Nova York, e Andréa, 30, que graduou-se em medicina pela Universidade Johns Hopkins na semana passada.
"Milly comandava tudo onde se metia," conta Mort. Quando ela não mais podia continuar administrando sua casa no subúrbio, ele passava um braço em torno de seus ombros arcados para se movimentar no apartamento. Quando suas filhas chegaram à adolescência, Milly organizou os pais da vizinhança em uma rede de troca de informações para ajudar a controlar os filhos jovens. Batalhou no distrito educacional para obter ajuda especial para Andrea, que tinha dislexia. Derramou as garrafas de bebida do marido na pia e convenceu-o de que tinha um problema e, finalmente, levou-o a procurar os alcoólatras anônimos.
Tudo que representava limitação Milly enfrentou até 61 anos ou mais para espanto de seus amigos e família.
Algumas pessoas com Parkinson conseguem controlar seus sintomas por anos. Milly por um tempo foi ajudada pela droga L-dopa. Mas o remédio gradualmente perdeu sua eficácia. Duas cirurgias experimentais do cérebro falharam em melhorar sua condição. Os Kondrackes perseguiram tratamentos alternativos, consultando um terapêuta de ervas do bairro chinês de Chicago e uma mulher italiana de Milão, que massageava portadores de paralisia.
Atualmente o corpo de Milly está retorcido e preso em sua cadeira de rodas. Ela tem problemas para deglutir; sua comida precisa ser cortada em pedacinhos e amassada antes dela poder comer.
Desde que sua esposa adoeceu, Mort Kondracke conta que sua fé cristã se aprofundou e ele tornou-se uma pessoa melhor, alguém com um senso de missão. "Eu sinto que não posso viver sem ajuda de Deus", diz ele, "E varias vezes tenho dito, OK, Deus, o que estou fazendo aqui? E a mensagem que sempre recebo é: Tome conta de Milly."
Mas o Parkinson solapou sua fé. "Milly sente-se abandonada por Deus, certo?" ele pergunta-lhe. "sim," diz ela. Eles tem discutido se ela usará um tubo de alimentação a ser instalado quando engolir tornar-se impossível. "Se ela decidir não usar o tubo de alimentação, a fome obrigará a interná-la," Kondracke diz. "Mas na última vez que falamos sobre isto, faz duas semanas, ela disse que começaria a alimentar-se pelo tubo. A última palavra era 'sim,' Agradeço a Deus, porque até este ponto ela dizia que 'não' Certo? Milly?"
Seu assentimento é quase imperceptível.
Que estará pensando?
Milly tecla as respostas no computador laptop equipado para emitir alto as palavras. Ela digita cinco letras: m o r t e. Uma sombra cobre a cara de seu marido.

No apartamento quieto, ela com dificuldade digita mais palavras, aciona uma tecla do computador e este com voz robótica fala: "Nada mais tenho a dizer."

FONTE: USA TODAY Health & Science – (05/30/2001 - Updated 11:51 PM ET)
Tradução e links: Marcílio Dias dos Santos, com auxílio do Babel Fish da Altavista e do meu velho dicionário escolar editado pela FENAME quando o Senador Jarbas Passarinho era Ministro da Educação.

sexta-feira, junho 29, 2007

DP: MAIS DO QUE APENAS UM DISTÚRBIO DO MOVIMENTO

J. William Langston, M.D.

O que é a doença de Parkinson (DP) afinal? Responder esta pergunta não é exatamente como armar um quebra-cabeça, mas tampouco é coisa fácil. Encontrar a resposta é importante porque nossa definição de DP pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso na procura de indícios da(s) causa(s) e das formas de combatê-la.

James Parkinson, o médico inglês que pela primeira vez definiu clinicamente a doença, há quase dois séculos, chamou-a "paralisia agitante." Mais de um século e meio depois os neurologistas passaram a defini-la como um severo "distúrbio do movimento", caracterizado pela tríade clássica de rigidez, lentidão do movimento, bem como da "agitação" ou tremor, associado há muito ao Parkinson.

O foco nestes sintomas e sinais motores ficou dramaticamente marcado nos anos sessenta pela descoberta de que sua causa residia numa perda de células produtoras de dopamina no cérebro, na área conhecida como "sistema nigroestriatal", e que poderiam ser melhorados pela administração da L-dopa, um precursor da dopamina. Contudo, mesmo na época desta descoberta, os médicos notavam que cada vez mais seus pacientes Parkinsonianos chegavam aos consultórios com outros sintomas - entre os quais queixas diversas como fadiga, constipação, depressão e mesmo diminuição da capacidade olfativa – que pareciam ser tão diferentes uns dos outros quanto de todos os sintomas do movimento que serviram por tanto tempo para caracterízar a DP.

Na verdade, estes sintomas motores tornaram-se tão entranhados no léxico médico que nós agora os chamamos "parkinsonismo."


O que isto significa para nossa compreensão e para lidarmos com o Parkinson? Eu acredito que significa que nossa definição de Parkinson é demasiado estreita. Por isso, restringimos muito nossas pesquisas concentrando-as numa porção do cérebro - o sistema nigroestriatal – produtor de dopamina - à custa de outras áreas cruciais de pesquisa. Posto às claras, está cada vez mais evidente que o "parkinsonismo" - os aspectos motores do Parkinson – são apenas uma característica de algo que é visto cada vez mais como um multifacetado e complexo distúrbio. Ninguém que viva com Parkinson (PcP) precisa que lhe seja dito. Eles percebem isso mais do que podem fazê-lo os especialistas e pesquisadores de Parkinson, por demais centrados no seu campo habitual - o sistema nigroestriatal - produtor de dopamina – para examinar outras áreas do cérebro e do corpo.

Assim, à luz desta evidência clínica mais ampla e complexa, como vamos reexaminar a teoria científica de Parkinson? Um bom começo é com o cientista alemão F.H. Lewy, que identificou um tipo diferente de matéria no cérebro de pessoas que morrem com Parkinson, chamado corpos de Lewy, cuja presença há muito é considerada como indicador patológico da doença.

Reconhecido menos amplamente é o fato de Lewy ter descoberto estes corpos não no sistema nigroestriatal de dopamina, mas em outras áreas do cérebro. Também, têm sido encontrados desde então em outras partes do corpo, inclusive em coleções de células nervosas que se encontram fora da medula espinal (conhecidas como ganglio simpatético) e na parede do intestino. De fato, parece cada vez mais provável que Parkinson não começa no sistema nigroestriatal, mas provavelmente na base do cérebro e no bulbo do olfato (a área do controle da habilidade de cheirar) ou mesmo nos nervos do coração e no trato intestinal... e que somente numa fase posterior da doença ele começa a afetar o sistema nigroestriatal.

Está tornando-se também notório que muitas destas mudanças fora do sistema nigroestriatal causam sintomas clínicos não motores que frequentemente precedem os sintomas do Parkinson. Estes são considerados por isso frequentemente "indicadores" ou "biomarcadores" de Parkinson. Eu penso que chamá-los "indicadores" é incorreto. As evidências estão aumentando atualmente de que antes de avisos de alerta do Parkinson são parte da própria doença.

Tome por exemplo o movimento rápido do olho (RDB), um distúrbio comportamental do sono, que é caracterizado pela agitação e pela atividade física durante o sono. Resulta que cerca de 40 por cento dos homens diagnosticados com RBD desenvolvem Parkinson mais tarde na vida - na média, 13 anos mais tarde. Nestes casos, RBD é quase certamente doença de Parkinson na base do cérebro, antes de afetar o sistema nigroestriatal e causar o parkinsonismo. Entre as pessoas que já têm o diagnóstico de DP, 50 a 60 por cento exibem evidências fisiológicas do distúrbio, indicando que RBD é um sinal clínico comum (embora não universal) das pessoas com diagnóstico Parkinson.

Considere a questão do olfato (sentido do cheiro). Há agora uma literatura que sugere a perda do cheiro como um sinal precoce de Parkinson, com alguns estudos que mostram disfunções olfativas em até 100% das PcP. O neuroanatomista alemão H. Braak observou que o sentido do olfato é uma das primeiras áreas do sistema nervoso central a ser afetado pelo Parkinson e deveria conseqüentemente ser uma peça de uma bateria multifacetada de diagnóstico para detectar a DP "pré-parkinsoniana".

Uma outra área de interesse científico é a disfunção autonômica - isto é, problemas com funções corporais sobre as quais não temos nenhum controle consciente, tal como a batida do coração, ou às funções de suar e a digestiva. Diversos estudos mostraram que a maioria (talvez todas) das pessoas com Parkinson apresentam perda de um componente da inervação autonômica do coração (este fenômeno é conhecido como a desenervação cardíaca simpatética). Suspeita-se de fato que a fatiga, uma das queixas as mais comuns entre as PcP, pode ter origem na função cardíaca debilitada.

Veja-se a questão da constipação, outra queixa muito freqüente entre PcP. Observado primeiramente pelo olho de lince do Dr. Parkinson, este problema foi atribuído à tradicional falta de atividade, ou hidratação inadequada ou a ambas. Então, no final dos anos 1980, os cientistas observaram a presença de corpos de Lewy no sistema nervoso autonômico do intestino delgado, bem como no esôfago. Isto sugere que a deglutição, um intestino preguiçoso e mesmo a disfunção da bexiga são manifestações diretas do processo patológico próprio do Parkinson, e de fato podem ser uma das suas manifestações precoces.

A sustentação desta hipótese é a surpreendente descoberta do famoso Programa do Coração Honolulu, um estudo a longo prazo de 8.000 homens japonês-americanos, nascidos início do século vinte, e que tiveram um acompanhamento médico a partir dos anos 1960. Impremeditadamente, o estudo mostrou que os homens que relataram menos de um movimento intestinal por dia, eram prováveis portadores de Parkinson na meia idade quatro vezes mais do que aqueles que relataram dois ou mais movimentos por o dia.

Como conectar os pontos entre estas observações dispersas? Cada vez mais os cientistas estão tentando achar uma explicação. Um grupo explorou recentemente a ligação entre a síndrome de RBD e a perda do sentido do olfato e descobriu surpreso que 97% dos pacientes de RBD tinham experimentado também a perda da função olfativa.

Como pretendemos seguir adiante? - que estudos novos são necessários; que sintomas devemos estudar; como podemos conectar os pontos entre eles; se de fato necessitamos rebatizar Parkinson para dirigir a atenção além dos seus sintomas motores - estamos longe da solução e necessitamos a atenção de cientistas de várias especialidades e enfoques diferentes. O que está claro é que nosso conceito de Parkinson precisa mudar, talvez radicalmente.

Necessitamos, entre outras coisas, ampliar a definição clínica de Parkinson para incluir todos os sindromes descritos neste artigo junto com a depressão, a ansiedade e os outros problemas relatados geralmente pelas PcP. Isto servirá como um lembrete constante que necessitamos olhar nossos pacientes não apenas como vítimas de uma falha do sistema nigroestriatal e enxergar a variedade de outros sintomas e sinais - muitos dos quais tradicionalmente excluídos do repertório do neurologista. (este último ponto, incidentalmente, sugere que necessitamos desenvolver equipes multidisciplinares para tratar estes pacientes, ou encontrar alguma maneira de assegurar que os neurologistas que os tratam recebam um treinamento muito mais diversificado.)

Necessitamos também reconhecer que as observações apresentadas neste artigo têm implicações profundas para a pesquisa das causas da DP, sugerindo a necessidade de se estudar os mecanismos da neurodegeneração que estão na origem da doença e não apenas a parte que destaca os problemas do movimento. Saber como a doença evolui desde seu início poderia ser de enorme valia para apontar indícios de sua causa. O processo terá também implicações nos esforços para modificar e retardar a progressão da doença antes do aparecimento dos sintomas motores. Esperar até que eles estejam clinicamente presentes, como fazemos hoje, força-nos a concentrar os esforços terapêuticos aos estágios avançados da DP, quando o fardo já é muito pesado e as opções demasiado limitadas. Eu encerro destacando que nenhuma das dimensões novas da DP que discuti aqui é novidade para cientistas que lidam com Parkinson. O que pode ser novo é que elas chegam juntas e de maneira convincente e o processo gera um interesse crescente. Isto será importante para o bem estar dos pacientes, para o conhecimento médico e para acionar o potencial da ciência visando esclarecer o mistério do Parkinson.

Dr. J. William Langston é o fundador,
Executivo Chefe e Diretor Cientifico do
Parkinson's Institute in Sunnyvale, CA.

Fonte: PDF – News & Review
Tradução e Links: Marcilio Dias dos Santos

sábado, maio 19, 2007


A DOENÇA REVELA-NOS OUTRA IDENTIDADE
Poucos fatos modificam tanto a vida como saber que estamos doentes. Rotinas e escalas de valores ficam distorcidas, mas também surgem descobertas positivas.


(Clarín)
Angel Gabilondo (Filósofo, Reitor da UNIVERSIDAD AUTONOMA DE MADRID)


Nunca temos uma doença, é ela que nos possui. Costuma-se dizer que, mais do que de doenças, temos que falar de doentes, isto é, de pessoas singulares e irrepetíveis enfrentando uma dolorosa travessia pessoal.


A saúde não é simplesmente a ausência de doenças. Há quem não padeça qualquer e de modo algum é sadio. Ser são não só é mais que estar saudável, ter essa condição é mais do que estar livre de enfermidades. Porém, há enfermos e nem sempre estão visíveis numa sociedade que faz atlética ostentação de corpos esbeltos e hígidos.


A doença carrega com ela solidão. Encará-las em nós mesmos, numa desarticulação que se nos incorpora, nos toma e busca apossar-se de nós, é duro e sofrido. E tanto se agradece à companhia como se compreende que há um lugar, um ponto sombrio onde ninguém poderá acudir nem ajudar, a não ser o próprio enfermo. Ali haverá de encontrar-se com o rosto daquilo que nos prende e quer fazer de nós algo diferente.


A doença é triste e persistente, provocando certo isolamento. Para começar, do espírito. As chamadas enfermidades da alma, seu mistério, seu silêncio, carentes de ação, impedem qualquer qualificação, mas espreitam. Esta lacuna que ronda a existência de cada um de nós torna a vida realmente difícil e constitui um enigma que alcança a tantos quantos, angustiados e desolados, sentem um mal sem sentido. Olha-se ao redor buscando um pouco de ar, uma espiada, uma palavra, algo prá fazer ou desejar e que permita qualquer sã decisão. Aprender a viver com elas é duro e às vezes necessário. Combatê-las, também.


O assalto da doença modifica tudo, até a escala de valores. É então que se compreende quanto estávamos equivocados. Tanta obsessão, tanta preocupação, tanto desvelo por assuntos que agora se mostram insignificantes. A doença chega por vezes com contundência luminosa alcançando outras esferas decisivas.


Para começar, os afetos. Uma especial sensibilidade propicia tanto a indiferença com o que antes parecia decisivo, quanto os detalhes numa emergência. E se sente com um sentir renovado, desconhecido. Ou se anuncia a possibilidade de sua perda.


Nas dependências dos hospitais, clínicas, sanatórios, seres esperam muitas vezes silenciosos, outras aplastados, padecem as dentadas da enfermidade. Muitos velam por eles, com eles, lutam por eles, com eles, porém os enfermos sempre acabam socialmente ocultos, inclusive silenciados ou escamoteados. Aplacados por nossa frenética atividade, esses seres sempre humanos se desvelam por viver, inclusive quando o sofrimento e a dor desfiguram todas as relações e todo o entorno.


Por vezes se atrofia o sentir. E é tal a secura, que já não sabemos chorar, como há cidades que nem sabem o que é chuva. A doença não é um defeito que se deva reparar. É um estado, passageiro ou não, porém um estado que pode ser todo um mundo, um modo, uma forma de viver ou de desviver-se. E a cura e o cuidado requerem mão e coração humanos. Sem eles inexiste o milagre poderoso do conhecimento e seus efeitos.


Não é fácil viver com um enfermo e, menos ainda, quando se trata de nós mesmos. Lutar com a doença, compreender e ajudar os enfermos é também aprender com eles que nossa inusual saúde, que nossa saúde improvável, requer a capacidade de viver, harmoniosa e prazerosamente, com o equilíbrio agradecido de não estar enfermos. Inclusive de estar e, oxalá, ser sadios.


16 MAY 07 Tribuna
Copyright Clarín y La Vanguardia, 2007
Tradução Marcílio Dias dos Santos
Fonte: CLARÍN

quinta-feira, maio 17, 2007

MUITOS IDOSOS TOMAM REMÉDIOS POTENCIALMENTE INAPROPRIADOS E FAZEM USO INCORRETO DE CAIXAS PARA GUARDA-LOS, SEGUNDO A SOCIEDADE AMERICANA DE GERIATRIA.


Um número significativo de pessoas idosas que fazem uso de múltiplas drogas são candidatos potenciais a medicar-se de forma inapropriada e a sofrer reações adversas dos remédios em razão da "polifarmacia" (uso de muitos remédios), segundo um estudo apresentado na reunião científica anual da American Geriatrics Society (maio 2007).

Além disso, os riscos de tais reações aumentam porque muitos idosos não usam corretamente as caixinhas para doses individuais de remédios (pillboxes), segundo um outro estudo apresentado nessa mesma reunião, a primeira conferência sobre pesquisa do envelhecimento.

Os idosos, provavelmente mais que adultos mais jovens, tem múltiplos problemas de saúde e fazem uso de medicação também múltipla. Como essa medicação pode interagir, o idoso corre um risco maior de usar remédios potencialmente inapropriados, tomar remédio de forma incorreta, e de sofrer os efeitos colaterais das drogas.

Os pesquisadores que fizeram o primeiro estudo entrevistaram 124 idosos, atendidos pelo serviço de emergência de um hospital de terceira linha, sobre os medicamentos que tomavam. Utilizaram um questionário padrão desenvolvido para avaliar o uso de remédios por pessoas idosas e descobriram que, na média, os idosos empregavam 8 (oito) medicamentos diferentes. Mais de 30% faziam uso de pelo menos uma medicação potencialmente imprópria, prescrita antes de sua visita ao serviço de emergência. Para cerca de 6%, essa medicação fora indicada no próprio serviço de emergência.

Cerca de 27% dos trabalhos apresentados na conferência discutiram critérios da pesquisa dos eventos potencialmente adversos de remédios, de acordo com o pesquisador chefe Neil Nixdorff, da Case Western Reserve University School of Medicine e seus colegas da Cleveland Clinic Section of Geriatric Medicine e do Department of Emergency Medicine. Os resultados do estudo foram apresentados durante a reunião científica anual de AGS' pela assistente de pesquisa Anna Brady, uma estudante de segundo ano de medicina da Cleveland Clinic Lerner College of Medicine.

Tendo em vistas os dados dessa pesquisa "mostrando o uso potencialmente impróprio da medicação, como um alerta do que pode ocorrer no futuro", os investigadores concluem: "nós encaramos esses resultados seriamente e estamos incorporando-os nos recursos pedagógicos de três sites sobre cuidados com pessoas idosas: o departamento da emergência, a clínica geriátrica da avaliação, e a casa de repouso, "disse Barbara J. Messinger-Messinger-Rapport, MD, Ph.D., diretora do programa de bolsas de medicina geriátrica da Cleveland Clinic "nós pensamos que isso contribuirá para melhorar a segurança do paciente e um uso mais cuidadoso dos medicamentos."

No segundo estudo, os pesquisadores da Mount Allison University de New Brunswick examinaram 378 idosos, inquirindo sobre o uso das caixinhas para doses individuais de remédios (pillboxes) e outros dispositivos destinados a ajudar quem usa medicação múltipla a fazê-lo de forma correta.

Dos 136 adultos que terminaram a pesquisa, 99 usaram as tais caixas de pílulas, mas poucos usaram-nas como recomendado, relataram os pesquisadores. Mais de 79% não usou os pillboxes que têm compartimentos múltiplos para a medicação de cada dia - o tipo que os profissionais de saúde recomendam. Além disso, aproximadamente 94% daqueles que usaram as pillboxes relatou que eles mesmos puseram seus medicamentos nas suas caixinhas, mas raramente ou nunca alguém verificou se eles faziam isso corretamente.

Além disso, mais de 76% dos idosos que usam as caixas disseram que não consultaram as receitas ou as bulas para lembrar as doses de seus medicamentos ao enchê-las. "Embora as pillboxes sejam recomendadas frequentemente e largamente usadas, os tipos de pillboxes escolhidos e a maneira como são usadas pode não ser a forma ótima de garantir segurança," concluem os pesquisadores, Odette Gould e Laura Todd.

Fonte: Medical News Today
Tradução: Marcilio Dias dos Santos, com ajuda inestimável do Babel Fish, da Alta Vista.

quarta-feira, maio 16, 2007


DICAS PARA MEDICAR-SE COM SEGURANÇA

Sumário:

Os erros na prescrição de drogas são comuns. Aqui estão cinco passos que você pode adotar para ajudá-lo(a) a garantir-se de que está tomando a droga certa na dose correta, para melhorar as comunicação com seu médico, seu farmacêutico e para receber o apoio que você necessita.

TRANSCRIÇÃO de um Video da ScienceDaily Healthology Inc.

APRESENTADOR: A prescrição de remédios salva vidas e ajuda a melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas. Mas os remédios podem também representar um perigo quando usados de modo errado.

Carolyn Clancy, MD: Os erros na prescrição de drogas são um grave problema e potencialmente uma ameaça à vida de todos os americanos. Segundo estimativas, anualmente ocorrem cerca de 250.000 erros somente por automedicação.

APRESENTADOR: Os erros podem ser relativamente insignificantes: efeitos colaterais menores para os quais o paciente não foi advertido. Ou mais sérios: Um paciente pode terminar usando o remédio errado, a dose incorreta, ou ficar sem qualquer medicação.

CHRISTINE KOVNER PhD, Rn: A causa maior de erros na prescrição de drogas, eu penso, reside na falta de comunicação. Refiro-me à falta de comunicação entre médicos e enfermeiros, médicos e pacientes, médicos e familiares, pacientes e familiares e pacientes e enfermeiros.

APRESENTADOR: É por isso que os peritos recomendam: Faça uma lista de perguntas. Este é o primeiro item dos procedimentos para uma medicina segura elaborados pela agência governamental dos E. U. para pesquisa e qualidade em saúde pública (US government's Agency for Healthcare Research and Quality).

Carolyn Clancy, MD: Eu penso que muitas pessoas resistem a fazer perguntas, porque é por demais evidente que médicos e todos os profissionais da saúde estão muito pressionados pelo tempo nos dias de hoje. Frequentemente, as pessoas, inclusive eu mesma, pensam numa pergunta depois que saem do consultorio e acabam ficando sem saber a quem recorrer.

APRESENTADOR: Frequentemente, os médicos desconhecem todos os remédios que um paciente está tomando. Assim, o segundo item na lista de verificação de segurança é: Apresente todos.

GREGG S. MEYER, MD: Outra coisa muito simples mas muito eficaz que adoro ver meus pacientes fazer é chegarem no consultório com uma maleta. Coloque todos os medicamentos que você está usando no momento nessa maleta. Leve-os ao consultório do seu médico e espalhe-os sobre a mesa. Isto toma somente alguns minutos, mas é realmente muito importante para aumentar a sua segurança.

APRESENTADOR: As vitaminas, as ervas, medicamentos alternativos de qualquer tipo, devem também ser verificados.

GREGG S. MEYER, MD: Muitos desses suplementos são relativamente benignos e não têm qualquer interação. Porém, alguns tem. Certas interações podem ser importantes, afetando a segurança dos medicamentos que seu médico receitar.

APRESENTADOR: Manter-se a par de seus medicamentos significa também poder ter essa informação disponível rapidamente quando seu médico eventualmente precisar dela. Quando é seu farmacêutico que elabora a lista, a tarefa torna-se mais complicada a medida que se compra em diversas farmácias e também pela Internet.

Carolyn Clancy, MD: As pessoas deveriam ter uma lista de seus medicamentos com elas. Você nunca sabe quando ocorrerá uma emergência, e saber que remédios você usa é uma informação incrivelmente útil.

APRESENTADOR: O item três da lista de verificação da segurança é: Certifique-se que seu remédio é o que foi receitado e que você sabe como tomá-lo.

DAVID BATES, MD: É sempre uma coisa importante, quando você apanha seus remédios na farmácia, certificar-se de que tenham aparência familiar. Na maioria das vezes, se você notar algo diferente será porque a farmácia substituiu uma droga genérica por uma prescrição de seu médico. Geralmente isto é aceito. Mas, de vez em quando, a farmácia fornece um remédio diferente daquele que o médico indicou. Assim, é muito importante examinar os medicamentos que você recebe quando os adquire.

APRESENTADOR: A maioria de remédios têm efeitos colaterais. O quatro item da checagem de segurança é: Pergunte sobre eles.

DAVID BATES, MD: Eu penso que é importante, se o médico não informar, o paciente perguntar: "Doutor, quais são os efeitos colaterais desta droga nova que está indicando?" Os farmacêuticos também têm essa informação e normalmente a compartilham de boa vontade com os pacientes. É importante quando você está tendo um efeito colateral informar seu médico e decidir com ele o que fazer.
APRESENTADOR: Às vezes os efeitos dos medicamentos devem ser monitorados. O item cinco de segurança é: Verifique se você necessita testes de laboratório.
DAVID BATES, MD: Os testes de laboratório são importantes para uma gama enorme de medicamentos e é difícil para os médicos recordarem quando esses testes se fazem necessários.

Carolyn Clancy, MD: Há um número de medicamentos que são incrivelmente importantes para manter as pessoas saudáveis ou ajudando a impedir males como derrames, coágulos sanguineos, etc, mas essas medicações requerem também uma monitoração cuidadosa.

APRESENTADOR: Um outro fator que contribui para os erros da prescrição de remédios é: A prescrição.

GREGG S. MEYER, MD: Outra vez, uma das coisas mais importantes que os pacientes podem fazer é fazer perguntas. Se você recebe uma prescrição escrita à mão, olhe-a e leia-a. Se você estiver tendo problemas para compreender o que diz, é provável que o farmacêutico poderá tê-los também. Peça outra cópia; peça uma impressa, porque isso pode realmente fazer a diferença.
APRESENTADOR: Os medicamentos podem ser uma ajuda poderosa para manter-nos bem. Mas os especialistas lembram-nos que usá-los corretamente requer verificação em dobro, por parte do médico, do farmacêutico e do paciente.
Fonte: ScienceDaily:Tips for Taking Medicines Safely
Webcast Participant(s):
Carolyn Clancy, MD: Director of the Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ)
Christine Kovner, PhD, RN: Professor at the College of Nursing, New York University
David Bates, MD: Chief, Division of General Internal Medicine, Brigham and Women's Hospital
Gregg Meyer, MD: Medical Director of the Massachusetts General Physicians Organization (MGPO)
Medically Reviewed On: December 15, 2005
C2007 Healthology Inc
Tradução: Marcilio Dias dos Santos, com ajuda do Babel Fish da AltaVista.

quinta-feira, maio 10, 2007

QUEM CUIDA DAS CUIDADORAS?
A experiência espanhola

(EL PAÍS) - Madrid

CARMEN MORÁN

O ancião atirou uma colherada de purê na cara da filha e com a boca ainda cheia cuspiu-lhe alguns insultos. Igual a ontem, a anteontem, como sempre. Faz anos que o homem perdeu a cabeça e sua filha sente que está perto de perdê-la também. Situações como esta acontecem diariamente em muitos lares espanhóis. Os médicos de família as conhecem bem porque são eles que visitam os anciães dependentes, suas filhas e noras. Por isso agora, com a lei de dependência em sua discussão final, pedem que não se perca de vista as cuidadoras, mulheres em sua imensa maioria, que tem a seu cargo pais, filhos ou esposos com alguma limitação.

Entre 50 e 60 por cento das cuidadoras apresenta algum transtorno psíquico, principalmente ansiedade. Pelo menos 25 a 30 por cento recebeu um diagnóstico por depressão. "Este índice é quase o dobro do que ocorre entre mulheres com a mesma idade e idênticas características, sem dependentes a seu cargo." Explica o vicepresidente da Sociedade Espanhola de Medicina de Família e Comunitária (Semfyc), Asencio Lopes.

Deve-se a isso ser alto o consumo de psicofármacos entre as cuidadoras, geralmente uma mulher entre 60 e 65 anos de idade, sem muito estudo. "Mas somente 60% delas tomam a medicação que precisam. São muito resistentes porque aceitar que necessitam medicar-se é reconhecer o fracasso, a entrega. É reconhecer que não podem dar conta da responsabilidade que tem. Elas dizem que não podem ficar doentes porque: Quem cuidará do dependente," afirma Lopes. Se perco a concentração? E se me chamam de noite e não acordo? São as perguntas que os médicos de família escutam em suas consultas.

E há casos mais dramáticos. "Quando as cuidadoras tem a seu cargo pessoas com transtornos psíquicos severos, mães com filhos esquizofrênicos, por exemplo, elas precisam também de tratamento psiquiátrico em 80 a 85 por cento dos casos", afirma Lopes. Ainda que os tratamentos não sejam permanentes e sim temporários, em função das recaídas.

Assim, a incidência de problemas psíquicos entre as cuidadoras é 40 por cento superior à média. Muitas delas apenas aceitam tomar alguns analgésicos porque o desgaste físico que sofrem é considerável. Trata-se de lidar com pessoas que pouco ou nada podem colaborar, colocá-los na cama, asseá-los, levantá-los da cadeira, tornar a sentar. E nem sempre as casas estão adaptadas para facilitar esses cuidados. Isso acaba em dores nas costas, cervicais, tonturas, um desgaste físico e psíquico que se espalha as vezes como uma mancha de azeite sobre o bem estar de toda a família.

Os médicos de cabeceira acreditam que devem eles encarregar-se do primeiro relatório sobre a situação do dependente e do cuidador antes que esse seja avaliado para assumir os serviços e as obrigações que a nova lei estabelece. "Conhecemos sua realidade e podemos prever a evolução da doença e planejar os cuidados para ambos, reabilitação, atividades para aliviar angústia e a pressão".

Mas advertem que tudo isso precisa de "recursos e apoio porque as cuidadoras precisam de tempo para elas próprias".
As prefeituras costumam ter trabalhadores horistas à disposição para essas mulheres; há também ajudas regionais; e este ano chegaram os serviços diretamente vinculados à lei da dependência. Mas de novo as cuidadoras parecem ser o elo frágil da corrente. O governo propôs às comunidades que os dependentes mais graves e com menor capacidade econômica recebam até 780 euros mensais para residências, centros de dia e também se é uma assistente profissional que o atende. Mas se é para cuidados no âmbito da família a quantia máxima que receberão essas mulheres é de 470 euros. Se desconhece o número exato de dependentes na Espanha, ainda que os números do Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais falem de 1,1 milhão, a maioria com mais de 65 anos; Tampouco se sabe quantos desses são atendidos em casa. Mas uma pesquisa entre anciães do IMSERSO (Instituto de Mayores y Servicios Sociales) publicada em 2004 destacava que em mais de um milhão e meio de lares alguém da família se encarregava de cuidar do avô. Em 83 por cento dos casos eram mulheres as cuidadoras. Essa mesma pesquisa revelava que dois terços delas tinha problemas pessoais e econômicos (26 por cento não podia trabalhar fora de casa e 11 por cento abandonara seu emprego). Mais da metade afirmava ter problemas de saúde e 45 por cento um padecimento crônico. Diante de uma situação como esta, os médicos estão conscientes de que talvez não basta a ajuda econômica para essas cuidadoras, pois que elas se fizeram credoras de tempo para si próprias e só para elas. Muitas dessas mulheres foram impedidas de estudar há décadas, porque tinham que cuidar da família. E agora, quem vai cuidar delas?


Fonte:IntraMed

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

" 05 février 2007 - TORNAR-SE VISIVEL

Pra que serve um blog se já existe um serviço de mensagens? À primeira vista, esta pergunta espanta pelo seu tecnicismo e como ninguém quer passar a noite falando disso vou explicar a questão em grandes linhas:

Quando se conhece as pessoas com Parkinson (PcP), sabe-se que são muito mais deficientes do que aparentam. Contudo, envergonham-se da doença, escondem-se, perdendo sua capacidade de comunicar-se.

Os médicos cuidam da doença, não do paciente. Eles tem entretanto seus méritos porque a doença de Parkinson (DP) é terrivelmente complexa e invade as entranhas do corpo e da alma. Esta dominação da DP, já frustrante se durasse apenas alguns meses, torna-se insuportável após algumas décadas. Tempo suficiente para que os esforços de pesquisa resolvessem o problema, mas não temos nenhum controle sobre os avanços em curso.

Cada um dos atores evolui de acordo com a sua própria lógica e infelizmente todos (incluindo os pacientes) permanecem patinando no mesmo lugar, à espera de um milagre. Considero esta situação tanto mais insuportável quando vejo o muito que há por fazer.

Só um exemplo: todos os pacientes têm direito a vantagens fixadas por leis recentes (na França), bastando demonstrar sua invalidez juntando ao pedido um atestado médico. Fiz isso há um ano e a resposta apenas agora chegou: negando. Não entro nos detalhes, destaco apenas o tom seco da circular, como se eu tivesse cometido um delito. Dar a esta correspondência um tom mais humano não custaria nada. Fazer jus a financiamento, benefícios fiscais, prêmios, pensões não pode ser motivo de crítica.

Para falar em nome das PcP é preciso ter uma representação. Há 100.000 PcP na França. Elas não se movimentam, estão desmobilizadas, o tecido associativo é ralo, mas deve ser possível fazer uma petição com 1000 ou 10.000 assinaturas. A isto chamo "tornar-se visível"."

fonte: Blog de Bernard Joly

quarta-feira, dezembro 27, 2006

CINCO NOVAS TECNOLOGIAS QUE PROMETEM
TRANSFORMAR A MEDICINA


- Eliminador de gordura para reduzir o excesso de peso, lunetas diminutas para restaurar a visão, e fraldas inteligentes para detectar infecções comuns da infância: estes são algumas das novas tecnologias que prometem transformar a medicina, de acordo com a edição de Natal do semanário British Medical Journal.

As previsões são feitas pelo professor Donald Combs, da Eastern Virginia Medical School, com base nas tecnologias existentes, em diferentes estágios de desenvolvimento.

Sua visão de futuro inclui aparelhos semelhantes aos de raios X dos aeroportos, destinados a "fritar" a gordura excedente usando um laser. Um paciente com excesso de peso simplesmente passa pelo aparelho e sai do outro lado alguns quilos mais leve. Nenhum efeito colateral resultará da operação exceto a reforma do seu guarda-roupa.

Os pacientes com doenças crônicas que necessitam medicação regular, se beneficiarão de um minúsculo dispositivo implantado, para controlar e transmitir dados sobre o funcionamento do coração, dos pulmões, pressão arterial e níveis de açúcar no sangue. Há previsão de que mais prá frente esses dispositivos se conectarão com bombas inteligentes que, ao sinal, ministrarão instantaneamente a dose correta de medicamento.

Outra previsão é o uso de lunetas em miniatura para restaurar a visão de pacientes com doença degenerativa dos olhos. Essas lunetas serão acionadas por baterias alimentadas por painéis solares microscópicos colados às retinas.

Estes cenários ilustram aplicações clínicas potenciais das tecnologias atualmente sob desenvolvimento, afirma o Professor Combs. Por exemplo, dispositivos que podem monitorar o coração e os índices de respiração já existem e as lentes artificiais são bem conhecidas.

Outras tecnologias emergentes incluem a onda tecnológica do isolamento das células de câncer, a tecnologia da fabricação sob medida de partes do corpo, e o uso da robótica miniaturizada para rastrear e destruir infecções antes que causem doença.

O impacto destas tecnologias no indivíduo e na coletividade já se fazem sentir em alguns aspectos de medicina contemporânea com tendência a aumentar, conclui o Professor.

Nota: Este texto foi adaptado de uma notícia divulgada pelo BMJ-British Medical Journal..

Fonte: ScienceDaily

quinta-feira, dezembro 07, 2006


CONSULTA MÉDICA:

PREPARE, PRIORIZE, COMUNIQUE

"Na movimentação e na ansiedade de uma ida ao consultório médico, às vezes nos encontramos em dificuldade para dar uma descrição exata de como as coisas se passaram desde nossa última visita. Embaralhamos as sugestões e instruções do médico. E, como frequentemente acontece, só após sair do consultório nos lembramos de uma pergunta importante que queríamos fazer.

Seu medico é um importante parceiro no controle da doença de Parkinson. Para fortalecer essa parceria, trate de preparar, estabelecer as prioridades e comunicar-se claramente em cada consulta. "

1. Prepare sua visita

Antes da consulta compare seus sintomas atuais e os efeitos colaterais com o que você sentia na última vez que foi ao médico. Use estas comparações para ajudar-lhe a determinar quais são os maiores problemas que tem agora. Esta é também uma ocasião boa para anotar todas as perguntas que você possa ter sobre sua medicação atual.

2. Priorize suas questões

Em outras palavras, ponha seus problemas na ordem segundo a importância que tem para você. Dessa maneira poderá explorar melhor suas questões. Defina a agenda da sua visita.

3. Comunique claramente

Se você preparar-se para a visita e se fizer uma lista das questões que lhe interessam, estará em condições de aproveitar melhor seu tempo com o médico! Convide um membro da família, um amigo ou cuidador para oferecer um ponto de vista objetivo e para ajudar na priorização de suas questões. Essa pessoa pode também dar-lhe a sustentação emocional e, eventualmente, lembrar sintomas ou os efeitos colaterais que você omitir.

Esteja preparado (a) para falar de seus problemas. Use de franqueza e honestidade - seu médico precisa de informação completa sobre sintomas, efeitos colaterais, e de como você está sentindo-se com o tratamento adotado.

Se você não tiver questões específicas, talvez possa começar discutindo sobre como otimizar seu plano de tratamento, fazendo perguntas como estas:

Como eu estou, comparando-me com outras pessoas com doença de Parkinson?

Há exercícios que possa fazer para ajudar controlar os sintomas da doença de Parkinson?

Sobre minha dieta, quais as recomendações?

Há alguma opção nova de tratamento que possa me ajudar?

Tome nota de tudo – ou faça seu acompanhante registrar a consulta para você. É difícil memorizar toda a conversa com o médico. E lembre-se, se você não entender algo, peça imediatamente que seu médico esclareça a dúvida.

Estas três simples etapas podem tornar-se o caminho para fazer a próxima consulta o mais produtivo encontro com um "parceiro" importante no controle da sua doença de Parkinson."

Antes da sua próxima consulta, tome alguns minutos para comparar os seus sintomas atuais e os efeitos colaterais com o quadro da consulta anterior (igual, melhor, pior, ou não há). Use suas respostas para identificar seu maior problema. Veja o que considerar:

Sintomas/Efeitos Colaterais

Constipação
Tempo "Off"
Movimentos erráticos, repentinos
Tremor/ Tremor ritmado
Dificuldade para equilibrar-se
Arrastar os pés
Pés "presos ao solo"
Quedas
Cansaço muscular
Lentidão de movimentos
Voz Fraca
Dificuldade para pensar claramente
Dificuldades de lembrar
Depressão/ansiedade
Problemas com o sono
Sonolência diurna
Náusea
Tontura
Suor
Problemas Sexuais
Comportamento Compulsivo ou foro de controle (tais como jogo ou compras) "


Fonte: life in Balance – vol. 1-9

quinta-feira, novembro 30, 2006

PARKINSON AFETA A HABILIDADE PARA DIRIGIR COM SEGURANÇA

Por Anne Harding
novembro 23 (quinta), 2:46 PM ET

NEW YORK (Reuters Saúde) - Um estudo recente mostra que pessoas com doença de Parkinson quando dirigem um veículo tem dificuldade para lidar com sinais de trânsito e com as placas indicativas, e estão mais sujeitas a cometer erros que comprometem a segurança nas estradas.

Estas dificuldades estão relacionadas, segundo os pesquisadores, antes aos aspectos cognitivos e visuais do Parkinson do que com os sintomas motores conhecidos, tais como o tremor.

As pessoas com Parkinson frequentemente continuam a dirigir, e alguns o fazem bem e com segurança, mas não há atualmente nenhuma maneira confiável para testar quem será melhor ao volante, afirma o Dr. Ergun Uc, da Universidade de Iowa, em entrevista à Reuters Saúde. Ele coordena há cinco anos um estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos com pacientes de Parkinson com o objetivo de desenvolver um sistema para avaliar sua capacidade de dirigir.

Nessa pesquisa, que é parte do estudo mais amplo, Uc e seus colegas examinaram 79 motoristas com doença de Parkinson e 151 velhos saudáveis, aos quais aplicaram uma bateria dos testes para medir suas habilidades visuais, cognitivas e motoras.

Os participantes do estudo percorreram 16,7 milhas em uma camionete Ford equipada com uma variedade de sensores e câmeras. Foi pedido a eles para observar e relatar a presença de sinais de trânsito e de restaurantes aproximadamente um minuto antes que suas placas de sinalização aparecessem. Eles foram monitorados também quanto à direção insegura, tais como mudar de faixa, andar no acostamento da estrada, retardar o trânsito ou parar de forma incorreta.

Na média, os pacientes com Parkinson, comparando-os ao grupo de controle, saíram-se significativamente piores nos testes da estrada, segundo relatam os autores nos Anais de Neurologia.

Por exemplo, cometeram 0,64 erros de segurança por milha, índice esse que triplicou quando foi pedido para identificarem a sinalização enquanto dirigiam.

O grupo de controle cometeu em média 0.15 erros por milha ao dirigir, e 0.45 erros por a milha identificando a sinalização.

Os pacientes com Parkinson conseguiram identificar 47.8 por cento das placas e dos sinais de trânsito, comparados a 58.7 por cento do grupo de controle. Entretanto, no final, verificou-se que dezessete por cento dos pacientes com Parkinson não cometeram nenhum erro de segurança.

Uc também destacou que “os testes de cognição e visual são mais preditivos de erros ao volante e de desempenho ao dirigir do que os testes de função motora.”

Os resultados mostram claramente que pessoas com Parkinson dirigem de forma menos segura quando comparados com idosos sem a doença, e que os testes de visão não são suficientes para avaliar a habilidade para dirigir, afirma a Dr. Nancy J. Newman, da escola medicina da universidade Emory, de Atlanta, em um editorial que acompanha o estudo.

“Permanece a questão de saber se a identificação antecipada e a aplicação de reabilitação resolveria aqueles aspectos mais problemáticos deste grupo de pacientes, melhorando seu desempenho ao volante e prolongando sua independência, sem arriscar sua segurança e a segurança alheia.” escreve ela.

Fontes: YAHOO NEWS

Annals do Neurology, outubro 2006.

Medline Plus

Traddução: Marcilio Dias dos Santos c/ revisão de Pedro A.A.Santos.

domingo, novembro 26, 2006

OS ESPANHÓIS, REPROVADOS EM NEUROLOGIA
. 30% dos espanhóis que deveriam consultar um neurologista vão a outro especialista

GRAU DE CONHECIMENTO DAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS

MADRI – Quase um terço dos espanhóis portadores de doenças que deveriam ser tratadas por um neurologista desconhecem qual especialista devem consultar. Estima-se que cerca de 20% dos cidadãos conhecem esses profissionais apenas de ouvir falar, apesar de cerca de 15% da população espanhola padecer algum tipo de doença neurológica.

Estes são alguns dos resultados da pesquisa apresentada pela Sociedade Espanhola de Neurologia (SEM) durante sua LXVIII Reunião Anual, realizada de 21 a 25 do corrente em Barcelona, e cujo objetivo fundamental é "demonstrar o problema do desconhecimento das patologias neurológicas e seu tratamento para tentar melhorar a educação sanitária do cidadão."

A incidência de enfermidades neurológicas na Espanha é de 6 a 7,5 milhões de afetados a cada ano, segundo o relatório "Impacto sócio-sanitário das enfermidades neurológicas na Espanha" elaborado pela FEEN (Fundação Espanhola de Enfermidades Neurológicas).

No caso da esclerose múltipla, por exemplo, apesar de ser uma enfermidade do sistema nervoso, somente 16% dos entrevistados consultaria um neurologista para tratar-se, enquanto 39% um traumatologista, 11% um reumatologista e 38% sequer sabe qual especialista deveria procurar. Segundo a SEM, o fato de não dirigir-se ao especialista adequado resulta em atraso no seu diagnóstico e tratamento e uma lamentável perda de tempo, especialmente tratando-se de uma doença degenerativa como esta.

No caso da doença de Parkinson, 53% dos entrevistados desconheciam que cabe ao Neurologista tratá-la, bem como a Epilepsia, desconhecida por 49% deles. Somente no caso das enxaquecas ou das demências, como o mal de Alzheimer, mais da metade dos entrevistados apontava o Neurologista para seu tratamento.


Impacto sócio-sanitário

O relatório estima que no ano 2050 aproximadamente 1.100.000 espanhóis sofrerão algum tipo de distúrbio cerebrovascular e um milhão serão submetidos a tratamento por demência. Desta forma, 4% da população espanhola padecerá dessas duas enfermidades neurológicas e o custo sanitário para o tratamento de Alzheimer alcançará aproximadamente 100 milhões de Euros.

As enfermidades neurológicas mais graves são causa freqüente de descapacitação de adultos e dos maiores de 65 anos e outras não tão graves se converteram em causa muito importante de absentismo no trabalho.

Segundo o relatório da FEEN, na distribuição por faixa etária, as doenças neurológicas são a principal causa de descapacitação em maiores de 80 anos e no grupo compreendido entre 65 e 74 anos. O binômio doença cerebrovascular-demência constitui a segunda causa de descapacitação em ambas as faixas etárias (21% e 53%), atrás da patologia reumática (69% e 53%) e à frente da descapacitação devida ao infarto do miocárdio (21% e 19%), especialmente a demência em maiores de 80 anos.

Fonte: EUROPA PRESS
Tradução e links: Marcilio Dias dos Santos
Dica:
Asociación Parkinson Internet - Apanet

domingo, junho 04, 2006

DOENÇA DE PARKINSON E OLFATO


Por que este estudo é importante?

Os cientistas há muito vêm procurando maneiras de identificar a doença de Parkinson (DP) nos seus estágios iniciais. A detecção precoce será especialmente importante no dia em que os médicos puderem intervir e mudar o curso da DP ou curá-la completamente.

Um dos sintomas da DP que aparece primeiro é uma inabilidade para identificar determinados odores. Isto é cientificamente chamado de hiposmia (baixa sensibilidade olfativa) ou de anosmia (diminuição ou perda absoluta do olfato). A hiposmia e a anosmia ocorrem geralmente no curso da DP bem antes do que o tremor, a rigidez múscular, a lentidão dos movimentos, e os problemas de equilibrio -- sintomas mais comumente atribuídos à DP. Somente metade das pessoas afetadas pela DP tem consciência de que a hiposmia e a anosmia são sintomas da doença.

A hiposmia e a anosmia são causadas pelo mesmo processo que gera os problemas do movimento -- um processo que causa uma diminuição no número de células do cérebro que produzem a dopamina. O dopamina é uma substância química que controla a comunicação entre as células nervosas. Os especialistas podem medir indiretamente o número de células produtoras de dopamina no cérebro medindo a atividade de uma proteína na célula que transporta a dopamina. Estes portadores são chamados de DAT (sigla inglesa) ou transportadores de dopamina.


Quem participou deste estudo?

Neste estudo, pesquisadores da Universidade de Pensilvânia testaram a habilidade de detectar 40 cheiros diferentes em dois grupos compostos cada um por 26 pessoas da mesma idade e sexo, sendo o primeiro de pessoas com DP e o segundo de não portadores da doença (grupo de controle). Os investigadores usaram um teste chamado UPSIT ou teste de identificação do cheiro da Universidade de Pensilvânia. Também mediram a atividade de DAT nos cérebros pessoas com DP e compararam os resultados com a habilidade dos pacientes de identificar corretamente odores.


Quais foram os resultados do estudo?

As pessoas com DP podiam identificar corretamente diversos odores. Na verdade, elas podiam melhor do que grupo controle identificar o limão. Entretanto, pessoas com DP não se saiam tão bem para identificar o licor, o coco, a banana, o pickle, o solvente, o turpentine, cherry e o sabão. Quando os investigadores compararam a habilidade de pessoas com DP de identificar corretamente estes oito odores e a atividade de DAT, verificaram uma correlação positiva entre inabilidade de identificar estes odores e menor atividade de DAT na parte do cérebro controla os movimentos.


Quais foram as conclusões dos autores?

“Os pacientes com doença de Parkinson (DP) têm baixa sensibilidade olfativa (hiposmia) seletiva. A avaliação de deficits olfativos seletivos pode ser usada no exame de indivíduos prováveis portadores de DP."


Bohnen N, MI saline, Satyanarayana G, et al. O teste padrão seletivo do hiposmia tem correlação melhor com a atividade nigroestriatal do transportador de dopamine do que com as disfunções motoras na doença de Parkinson. Apresentado em abril 4, 2006, na 56th reunião anual da American Academy of Neurology, San Diego, Calif. Abstract # S13.004.


Fonte:
WE MOVE NEWS - Issue 36 PD and Sense of Smell.

Tradução: Marcílio Santos (Como sempre com auxílio dos tradutores on-line, desta vez o Alta Vista Babel Fish.