NEUROESTIMULACAO (DBS)

ACOMPANHAMENTO DE LONGO PRAZO DO USO DA ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA PARA TRATAMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON

Por que este estudo é importante?

Muitos estudos mostraram que a estimulação cerebral profunda (deep brain stimulation) (DBS) é eficaz no longo prazo para tratar os sintomas da doença de Parkinson (DP). Vários deles concluíram também que a qualidade de vida das PcP melhorava com o uso de DBS, mas abrangiam um número pequeno de portadores ou limitavam a observação a um período curto de tempo. Uma nova pesquisa avaliou a qualidade de vida de um grande número de “estimulados” durante um ano ou mais.

Quem eram os envolvidos no estudo e o que fizeram?

Setenta e um pacientes submetidos à estimulação (DBS) em ambos os lados do cérebro (bilateralmente) foram examinados 12 meses após a operação; 59 deles fizeram essa avaliação um ano após e os outros 12 um pouco mais tarde. Desses pacientes, 43 foram o examinados novamente dois anos após a operação, ou um pouco mais. Na média, os pacientes voltaram à clínica para uma segunda avaliação em 38 meses, com uma variação entre 22 e 65 meses. Antes da operação e após, com intervalos de três, seis, nove e doze meses, e anualmente depois disso, os pacientes responderam a um questionário, especificamente voltado para as PcP (PDQ-39), que mede oito aspectos de sua qualidade de vida.

Quem eram os pesquisadores e o que fizeram?

A Dra. Kelly Lyons e o Dr. Rajesh Pahwa trabalham no Departamento do Neurologia do Centro Médico da Universidade de Kansas, na cidade de kansas, nos EUA. Eles usaram a escala de avaliação unificada da doença de Parkinson (Unified Parkinson Disease Rating Scale) para estudar os pacientes antes da operação, com e sem o uso da medicação para DP. As avaliações foram feitas outra vez durante as visitas de acompanhamento, após a operação, já sob o efeito da estimulação.

Quais foram os resultados do estudo?

Compararando as avaliações antes da operação, estando os pacientes não medicados, com os dados de um e dois anos após a operação, estando os pacientes outra vez sem medicação, mas agora sob o efeito do estimulador, os pesquisadores viram que as atividades da vida diária na escala padrao mostraram uma melhora significativa. Os índices PDQ-39 também apresentaram melhora. Nas avaliações feitas um e dois após, verificou-se que os pacientes usavam doses menores de medicação. Além, disso, seu tremor, bem como os problemas com a flexibilidade (rigidez), e a lentidão dos movimentos (bradicinesia) melhoraram, comparados com a fase anterior à operação. Os pesquisadores notaram também que os níveis de tremor e rigidez estavam provavelmente menos ligados a uma baixa qualidade de vida do que a bradicinesia.

Quais foram as conclusões dos autores?

"Em resumo, a estimulação cerebral profunda bilateral (DBS) do núcleo subtalâmico melhora a qualidade de vida do paciente e essa condição se mantém no longo prazo. Além, disso esse incremento está fortemente relacionado à habilidade funcional, particularmente no que diz respeito à bradicinesia."

Lyons KE, Pahwa R. Long-term benefits in quality of life provided by bilateral subthalamic stimulation in patients with Parkinson’s disease. J Neurosurg 2005;103:252-255.

Fonte: We Move

VIDE em bom Português:

DBS

PDQ-39 e Escala Unificada